Não lhe mandarei flores
Não lhe mandarei flores:
Sei que não descansarei
Enquanto teu semblante
Não fitar meus olhos.
Até lá não viverei de experiências mentirosas,
Nem delegarei o que a mim era devido
A inofensivos seres que não comportam tristeza,
Pois só podem ser belos.
Não enviarei rosas que não podem cumprir minha função,
Pois ela é o que há dentro de mim
E o que colocarei para fora:
Farei direito e moral coexistirem.
Mister é lembrar do tempo:
Pode ser que meus segredos não durem invernos;
Ainda assim, sonho - e acredito - que pelo que cumpro,
Aqui durarão.
Saber que teu pranto não vale revoltas -
Nem maldizeres ao mundo
(Que terá ele com a angústia humana individual?)
Confortar-te-á, sei,
Já que sei mais ainda por quem meus olhos cegos
Derramaram, um dia, suas últimas lágrimas.
Peço-te: sê paciente, isso basta.
Se pensares em não agüentar, lembra-se:
Guerras da mente
Somente soldados internos podem terminar.
(Brinque assim:
Lembrará de mim assim).
Chrono 12/07