Adoro te imaginar mesmo sem ter te visto
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Nas noites em quem me deito galopeira
- peã das cercanias de um agreste acalorado -
onde te sonho no bater do vento na soleira
e meu corpo sua ondas de um tesão desarvorado
nos frêmitos em que a perna até bambeia
e as costas se flexionam de encontro aos dedos
o sangue flui pelas entranhas e pulsa a veia
com teu nome escondido em meus segredos
adoro te imaginar mesmo sem ter te visto
sem ter na narina o teu cheiro, que adivinho,
desnudo da roupa e na fantasia com que te visto
derramando sêmen e um pouco de vinho
entre as minhas carnes que se abrem sem trinco
no meu céu de zinco furado a passar estrelas
o pêlo marcado na vermelha, formando um vinco,
e teu guloso olhar nas coxas onde atrelas
tua imaginação cavalgando junto à minha
fechando em loas o tesão mais louco dessa vida
o corpo esperando como quem aninha
na pele arrepiada dessa paixão atrevida
que balança as cortinas da fantasia e sente
na carne, o lanho e a força do impacto
dos corpos lutando a batalha do amor tão rente
e no gozo que partilhamos como um pacto.
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