Doente

Meu coração é uma bomba relógio

Andas sozinho reprimindo passos

Renegando um pensamento lógico

E se alimenta de suspiros e amassos

Quem teve a alma dilacerada

Fica aberta a qualquer bactéria

A pele finge que não sente nada

E a ilusão vai explodir a artéria.

Meus olhos vazam soro fisiológico

De tanto inchaço sucumbiu vermelho

O meu orgulho é o filho pródigo

E o meu reflexo assustou o espelho

Deixo meu peito de cara lavada

Ninguém pagou o meu andar na rua

As palavras deixam a garganta sufocada

E eu me esqueci de contemplar a lua

Porque este tempo contra a insensatez

Indaga incerta, a incerteza do fim

Porque a coragem esmaga a timidez

E meu remédio morreu dentro de mim

Alessandra Aguiar
Enviado por Alessandra Aguiar em 13/07/2008
Código do texto: T1078364
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