Doente
Meu coração é uma bomba relógio
Andas sozinho reprimindo passos
Renegando um pensamento lógico
E se alimenta de suspiros e amassos
Quem teve a alma dilacerada
Fica aberta a qualquer bactéria
A pele finge que não sente nada
E a ilusão vai explodir a artéria.
Meus olhos vazam soro fisiológico
De tanto inchaço sucumbiu vermelho
O meu orgulho é o filho pródigo
E o meu reflexo assustou o espelho
Deixo meu peito de cara lavada
Ninguém pagou o meu andar na rua
As palavras deixam a garganta sufocada
E eu me esqueci de contemplar a lua
Porque este tempo contra a insensatez
Indaga incerta, a incerteza do fim
Porque a coragem esmaga a timidez
E meu remédio morreu dentro de mim