Sonata

 

Toca, amada minha

As cordas do Stradivarius

Que há em meu ser

E faze-as vibrar

Em suave harmonia

Para embalar meus sonhos

 

Canta, amor meu

Um cantar etéreo

De celestial leveza

Que aos meus ouvidos soa

Como uma ode de amor

De ninar menino grande

 

Sopra, senhora minha

Com teus lábios carmins

Fazendo vibrar as palhetas

Que as trago guardadas

Num recôndito espaço

De meu coração

 

Beija, minha rainha

O bocal prateado

Do oboé maduro

Que adormecido estava

Despertando anseios

De primavera em flor

 

Tange, musa minha

As cordas da harpa

Que vibram em minh’alma

Tirando um harpejo

Como um dedilhar sublime

De anjo guardião

 

Aquece, luminescente aurora

Com teus raios indolentes

Este nosso ninho

Que tão vazio estava

E transformemos tudo

Numa sonata de amor

 

 

 

 

Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 13/07/2008
Reeditado em 19/07/2008
Código do texto: T1077904