Sonata
Toca, amada minha
As cordas do Stradivarius
Que há em meu ser
E faze-as vibrar
Em suave harmonia
Para embalar meus sonhos
Canta, amor meu
Um cantar etéreo
De celestial leveza
Que aos meus ouvidos soa
Como uma ode de amor
De ninar menino grande
Sopra, senhora minha
Com teus lábios carmins
Fazendo vibrar as palhetas
Que as trago guardadas
Num recôndito espaço
De meu coração
Beija, minha rainha
O bocal prateado
Do oboé maduro
Que adormecido estava
Despertando anseios
De primavera em flor
Tange, musa minha
As cordas da harpa
Que vibram em minh’alma
Tirando um harpejo
Como um dedilhar sublime
De anjo guardião
Aquece, luminescente aurora
Com teus raios indolentes
Este nosso ninho
Que tão vazio estava
E transformemos tudo
Numa sonata de amor