PEITO VAZIO

por Regilene Rodrigues Neves

Nada consigo escrever

Foge a inspiração de um poema

Nas entrelinhas de um vazio de amor

Sinto a alma escorrer numa lágrima

Molhar sentimentos

No papel escrito de dor...

Carências evaporam no silêncio

A noite consente minha melancolia

Taciturna poesia nas sombras da saudade...

Caricias sem beijo e sem abraço

No meu corpo vazio

Percorrem dentro de mim

Entre sonhos presos

Velados em segredos por um amor...

Roubando alegrias

Que vestiram meus sorrisos

Alegres como a luz

Outrora fui desejo e fantasia

Fui à mera poesia

Que escreveu a alma

Num pedaço de papel

Confesso de amor!...

Da tristeza

Faço mais um rascunho

Jogado no meu coração

Sem esta emoção que faz de mim um poeta

Pego na certeza que sem amor

Sou apenas um pedaço de papel em branco

Sem alma e sem poesia...

Apenas lágrimas e sentimentos

Sobre as linhas que amaram tanto...

As palavras outrora soltas em mim

Hoje prisioneiras desta solidão

Disfarçada num olhar longínquo

Carregado de tristeza

Cheio de incertezas

Recolhidas de amor

No meu peito vazio...

Em 11 de julho de 2008