TRANSPARENTE
Estou triste…sem saber o por quê
Não quero ler, não quero conversar
Tão pouco quero chorar
Tenho o papel e a caneta
Mas as palavras...
As palavras morrem
Antes mesmo que eu consiga distingui-las
A mão que me sufoca
É o medo,
De por no papel
As verdades
Que eu tenho lutado para ocultar.
O medo de me fazer transparente demais
Descobrir o “por que” da tristeza
Da dor latente
E da solidão constante
E ver se formar no papel
O nome do qual tenho fugido
Há um longo, longo tempo
E ver nas entrelinhas
Dessa poesia vazia e sem rumo
As palavras de amor que nunca tiveram retorno
E descobrir que a mentira do meu sorisso
Se desfaz na tristeza sem razão
Sem motivo declarado
No amor que nunca morre
Que sempre me surpreende
Em escritos com este!