FUROR
Furor
(Transposição do corpo)
(Sócrates Di Lima)
Abro a porta dos meus desejos.,
Sento-me ao podium do meu deleite.,
Deito e alongo-me á cama
Despido dos sentidos, da alma e do corpo.
Ali, inerte, cavalgo meus sonhos.,
E numa evolução do espírito.,
Numa transposição do corpo em furor,
Flutuo como anjo e vou teu encontro.
Meu corpo ávido,
Queima em chamas vivas.,
Sinto a pele em erupção.,
Qual guerreiro viril empunhando a espada,
no comando de sua tropa.
Transpasso a sanidade,
E num ato de poesia extrema.,
Encontro tuas mãos, que me acalma,
Faz-me voltar á sanidade dantes.
Segue-me sem hesitar.
Juntos cavalgamos nuvens em plumas.,
E planamos suavemente sobre a seda do lençol
que nos espera silencioso sobre a cama.
Teu corpo trêmulo roça o meu corpo nu.,
Olhos cerrados, fá-lo suspirar compassado.,
Me envolvendo no ritual da magia do amor.
Sinto o arrepio deste corpo,
quando a navalha úmida
transpassando ás portas dos meus lábios.,
Rasga os teus segredos.
QUE jorra como fonte natural da vida.,
o êxtase do prazer que me faz gritar.,
e me acabo no descompasso de um selvagem.
Como se uma lâmina afiada,
cortasse minha carne.,
amenizando meu furor lânguido,
traz-me de volta da minha
transposição do corpo.,
largado e solitário numa cama,
faz-me sentir a cruel realidade da tua ausência.
APENAS UM POEMA