BEIJA-ME, OH BEIJA-ME
Poema baseado nas músicas do grande David Fonseca
BEIJA-ME, OH BEIJA-ME
Quando passarem as nuvens
Negras
E for destapado
Por fim o véu
Do mistério que nos separa
O teu sonho por fim será o meu
E eu então hei-de sussurrar
Beija-me, oh beija-me
Até a noite
Se espraiar
Por completo
E por completo
Assumirmos o luar
Aceitarás o meu braço de estrelas
Que pelo Universo fora
Te quer levar a passear
Enquanto murmuro
Beija-me, oh beija-me
Aceitaremos nessa altura
A nossa eterna juventude
Da natureza imortal
Em que trincamos a maçã
Trocando de pele ferida
Com a pureza de quem se ama
Sabendo que ninguém nos levará a mal
Nessas palavras e gestos consumados
Beija-me, oh beija-me
Porque a coisa que mais quero
É ter-te a meu lado
Saídos ambos
Dos campos de cinzas
Onde nos quiseram sepultar
Depois de mais uma guerra de amores fracassados
Onde tivemos a força e o ânimo
De nos levantar
Pela simples
E fundamental razão
De sermos acima de tudo
Sobreviventes
De infinitas batalhas
Perdidas
Ou ganhas
Na plenitude
De sabermos
Que a vitória final
Será sempre nossa
Pois é pertença nossa o segredo
Do existir
Onde não existe
Nem conhecemos
A palavra desistir
Pois cada segundo
Torna-se maravilhoso
Cada hora um milagre
E cada dia um dom
Desde que saibamos
Perante as adversidades
Estarmos sempre
Um com o Outro
Amando-nos
Até as estrelas e tudo o resto morrer
Até nada mais restar
No Cosmos
Onde só se ouvirá
O som
Dos nossos corações juntos a bater
Beija-me, oh beija-me!