MOLHADO

A chuva cai pouco a pouco

Forma um aspecto frio. Desolada no chão!

Olho-a com impaciência, com cara de louco,

O frio atroz, vai-me tolhendo o coração.

Espero numa esquina que tu passes,

E enquanto espero, a chuva miudinha,

Polvilha-me o cabelo. Molha-me as faces.

Enregelado, lá estou eu na esquina.

Tão perto e tão distante.

Esta é a cidade onde moras,

Queria ver-te por um instante, de relance

Mas não apareces. Olho o relógio. Vejo as horas.

Seis e meia já. Mas que demora.

Já espero há mais de uma hora.

E a lua acompanha-me com a luz que ilumina,

E fulmina as trevas duma esquina.