A SAGA DO AMOR
O amor tem feito a própria história se surpreender;
Estimulou reinos a nascer e jogou ao chão poderosos impérios;
Edificou castelos, onde nem mesmo alicerces poderiam se erguer;
Fez chover e até floriu, nas almas áridas e seus desertos!
O amor despedaçou algemas e arrebentou as grades;
Curou doenças graves, migrou da emoção e locou o intelectualismo;
Despediu-se do platonismo e foi morar nas concretas realidades;
Do Paraíso ao Hades, mostrou a força de seu imperialismo!
O amor tornou-se o tema maior das artes e o vértice das composições;
Deu voz aos corações e mandou o cérebro para o divã;
Removeu o status de vã, que rotulava a mais emocionante das ações;
Fez canções e escreveu poemas, para santificar a mordida na maçã!
O amor sacrificou seus mártires e canonizou fantasmas;
O sonho adornou com asas, dando-lhe a chance de pousar no realismo;
Armou a esperança contra o pessimismo, deixou todas as éticas pasmas;
A ponto de o improvável render-lhe palmas, doando às lágrimas o sorriso!
O amor também lembrou de mim, na proclamação e no anonimato;
Em mim ele é mito e é fato, hora me queima, hora me afoga;
Ele me outorga o direito a navegar nas labaredas de seu ultimato;
Me refaz quando me mato, me desperta quando me droga!
O amor sonhou pra mim, o pesadelo da minha mortificação;
Exorcizou-me de toda solidão, no meu verão em mim propôs-se a chover;
Dele me faz beber, nutre meu sorriso do mais precioso pão;
O amor me deu de presente à paixão, quando a mim presenteou, dando-me você!!