A SAGA DO AMOR

O amor tem feito a própria história se surpreender;

Estimulou reinos a nascer e jogou ao chão poderosos impérios;

Edificou castelos, onde nem mesmo alicerces poderiam se erguer;

Fez chover e até floriu, nas almas áridas e seus desertos!

O amor despedaçou algemas e arrebentou as grades;

Curou doenças graves, migrou da emoção e locou o intelectualismo;

Despediu-se do platonismo e foi morar nas concretas realidades;

Do Paraíso ao Hades, mostrou a força de seu imperialismo!

O amor tornou-se o tema maior das artes e o vértice das composições;

Deu voz aos corações e mandou o cérebro para o divã;

Removeu o status de vã, que rotulava a mais emocionante das ações;

Fez canções e escreveu poemas, para santificar a mordida na maçã!

O amor sacrificou seus mártires e canonizou fantasmas;

O sonho adornou com asas, dando-lhe a chance de pousar no realismo;

Armou a esperança contra o pessimismo, deixou todas as éticas pasmas;

A ponto de o improvável render-lhe palmas, doando às lágrimas o sorriso!

O amor também lembrou de mim, na proclamação e no anonimato;

Em mim ele é mito e é fato, hora me queima, hora me afoga;

Ele me outorga o direito a navegar nas labaredas de seu ultimato;

Me refaz quando me mato, me desperta quando me droga!

O amor sonhou pra mim, o pesadelo da minha mortificação;

Exorcizou-me de toda solidão, no meu verão em mim propôs-se a chover;

Dele me faz beber, nutre meu sorriso do mais precioso pão;

O amor me deu de presente à paixão, quando a mim presenteou, dando-me você!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/07/2008
Código do texto: T1070444
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