ROMEU, JULIETA E A SENSATEZ!
Ah, Romeu, se tivesses cumprido
Todas as promessas e, assim, garantido
Nossa felicidade tão sonhada e eterna,
Eu, Julieta, seria sempre tua...
E, para satisfazer o teu menor capricho,
Dessa vez, sem risco de que te enganasses,
Seria capaz de dar-te a própria vida!
Quantas juras te fiz... e quantas me fizeste!...
Quanto tempo sofri, na longa espera
De teu regresso noturno...
Porém, talvez, eu pressentisse que um dia
Nossos rumos seriam separados,
Por culpa minha e tua; portanto, assim,
Melhor seria deixar morrer de vez, o nosso amor!
Se ao menos, o meu amor não fosse assim tão forte,
Se ao menos, pudesse lhe ditar a sorte...
Mas ai de mim, quem sou eu Romeu?
Não passo de um sonho confundido,
Não passo de uma personagem esquecida...
Eu sou tão somente, a tua Julieta!
Tu, porém, serias sempre aquele príncipe
Que jamais se deixaria enganar por um sonífero.
Seria tão sensato o meu Romeu,
Que, se me encontrasse inerte, no chão caída,
Me abraçaria tanto, me beijaria tanto,
Que com a própia boca, me devolveria a vida!