SUBURBIA (Canção de Amor do futuro)

As luzes

Apagam-se

E acendem-me

Nunca hão-de parar

E é

No lusco-fusco

Da grande e perdida urbe

Que te hei-de encontrar

Suburbia

Nem sol

Nem chuva

Se conseguem ver

E muito menos sentir

Pelo tamanho das construções

Que até as estrelas

Que nos dão vida

Parecem cobrir

Suburbia

Onde a esperança

Parece esvanecer

E o coração

Esmorecer

Tudo começa

Quando o sonho

Dá a ideia

Certa e errada

De desaparecer

Suburbia

Nos ritmos sibilantes

Da música mecânica

Que está em todo o lado

Onde a melodia ausente

Só existe nos corpos

Que são por esse som do futuro

Embalados

Suburbia

Pois somos do futuro

E é na perspectiva do futuro

Que fomos educados

Amando-nos

Por necessidade

Mas também por hábito

Na razão predominante

Que nesta cidade sem fim

Nunca ninguém deve ficar abandonado

Mesmo que eu esteja num extremo dela

E tu estejas

Do outro lado…

Suburbia

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/07/2008
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T1070136
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