Espelhos deformantes!
...
preciso te encontrar
Imagino te encontrar
Inicio a caminhada em tua procura
Ando por uma rua larga e florida,
Sempre em tua busca.
Meus passos são largos e apressados
Preciso te encontrar
Porém, estreitam-se os caminhos
... somem as flores
apresentam-se vielas fétidas e sujas,
e nelas homens sem amor perambulam
estampam-se em seus rostos pálidos
a miséria solitária
meu pensamento é um só ...
continuo o meu caminhar
entro em um estranho lugar
olho para as paredes e só vejo
vejo espelhos ... espelhos ... espelhos!
são eles quadrados, redondos
largos, estreitos; bonitos e feios
pequenos e grandes,
compridos e curtos,
planos ...
côncavos e convexos.
Estou, sem dúvida,
Ante minha tempestade mental,
Numa galeria de espelhos deformantes
Enlouqueço-me,
Mas não desisto
Continuo te procurando desordenadamente
Buscando-te loucamente,
É tudo muito confuso,
não consigo te encontrar
mas eu preciso te encontrar
a busca é desordenada e confusa
nem eu mesmo consigo me encontrar.
Eu preciso parar,
aqui eu paro!
Preciso me organizar,
Esforço-me ... consigo.
Olho neste redor te procurando,
Nada vejo senão
“só vestígios de sanidade,
neste manicômio de doentes,
de inválidos, de aleijados,
de desamparados,
de vítimas”, da miséria da solidão.
Avisto de longe uma tênue imagem
Firmo nela o meu olhar,
Percebo que ela não é tênue,
Só por ser a sua imagem,
Pois é ela bela e resplandecente
Destoante de todo quadro confuso que eu via,
Que eu vivia
Faz ela com que eu me reencontre,
É a única com qual eu quero sonhar,
que eu quero ver, imaginar e tocar,
fazendo-me acreditar
que ainda se é possível amar,
e que em Você isto se fez materializar.
nada mais é confuso
acaba-se, pois a solitária miséria da solidão
e agora que te encontrei,
só quero com Você ficar,
para louca e eternamente viver só pra te amar!