Voo genital
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Voa, esperma, voa!
Voa no líquido vaginal.
A tua força, quando ecoa,
faz de mim um animal.
Caterpillar esmagadora;
Gilette útero-cortante...
Em tua asa voadora
sibila meu poder de amante.
Fodam-se as regras mundiais!
Dane-se o que pensam de mim.
O que cheiro, mazelas menstruais,
não me levam, nunca, ao fim.
Quero penetrar tuas paredes.
No chão, em pé na praia...
Na cozinha ou em redes;
odeio calças, mas amo saias.
O teu cheiro na calcinha
engana o falho olfato humano.
Se és plebeia ou rainha...
Que importa! O desejo é profano.
Castidade inconsistente, doentia.
O óstio apenas se elastece.
Se virgem, cínica ou vadia:
deite-se comigo em prece.
Nijair Araújo Pinto
Crato-ce, 06 de julho de 2008.
12h51min
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