Que beijo...
Senti o verdadeiro gosto do mel
Nos lábios... Parecendo o eixo do céu
Nunca dantes sentido tão doce
Fiquei extasiado a refletir...
De que é formada essa mulher?
Tecida de tanta beleza em seu ser...
Sua boca de veludo... Queima tudo!
No seu toque... Pela pele... Pára o mundo
E eu fico possuído... Perco os sentidos
Sua voz sensual... Seu olhar profundo
Pura melodia entrando pelos ouvidos
Mas o que mais comove é o beijo
Onde tudo nela se desprende em desejo
Manso... Quieto... Alegre como solfejo
É um beijo que manda... Comanda!
Teu coração balança... Desanda
Pula feito criança... Você dança
As pernas tremem... Ficam bambas!
Acende um clímax... Uma química
Um choque térmico... Epidérmico
Você até pensa que vai ficar epiléptico
A doçura da sua língua entra pelas veias
Entorpece o cérebro... A mente incendeia
Ah! Mulher... Você é mesmo doutro planeta
Tomara que os ‘ufos’ não te levem embora
Para que eu possa... De novo provar...
Tudo àquilo que me fez tanto te amar
Como loucos... Ao nos fazer os dois roucos
Somatizadas as inebriantes emoções na garganta
Ensandecidos... Vencidos pelo cansaço da festa
Pelo ópio meloso daquele beijo gostoso
Venha! Amor... Sacia esta sede delirante
Com a ternura... A saliva... A suave mucosa
Que soltas por essa boca perfumada e gostosa
Dando-me a certeza de que és a minha amada
Perdoa por não resistir... Ao registro em versos
Daquele beijo... Ah! Que beijo...
Hildebrando Menezes
Santo Agostinho: "A esperança tem duas filhas lindas: a raiva e a coragem. A raiva do estado de coisas e a coragem para mudá-lo".