Estradas nossas
Minhas mãos são feitas por estradas
e tudo o que te leva abraça-me
e nada do que em ti vejo me sobrevive.
Sou do lince apenas um olhar esperto
e da boca, o melhor beijo dado
e um tal desigual carinho feito
que assim sem jeito é a ti ofertado.
E seto alvo e sou também setado
e no escuro acho-me claro
e nalgum pranto é dado um sorriso
e o que acredito é em ti inda desvendado.
Meu coração é casulo de boas lembranças
e, se não te ama ele, ele não me ama
e fogueia fogueiras apagadas,
faces triste, triste faces...
a velarem caminhos
e a perderem-se na estrada...