Vale da noite

No deserto o côncavo em treva assustava

Enquanto o convexo a lua iluminava,

Cego o pirilampo no cavado transitava

E no curvado sob a proteção divina me segurava

Assustava-me a profundeza do vale da noite

Ali nem sob o mais forte açoite eu entraria

Orei, rezei O Pai Nosso e uma Ave-Maria

A Deus pedi coragem e imaginei novo dia.

Distante, muito distante dali uma luz se acendeu

O pirilampo que era cego, qual um prego

No tapume se fixou, chuva de prata meu corpo

Banhou e do vale da noite Deus me salvou.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 06/07/2008
Reeditado em 14/08/2008
Código do texto: T1067008
Classificação de conteúdo: seguro