Vale da noite
No deserto o côncavo em treva assustava
Enquanto o convexo a lua iluminava,
Cego o pirilampo no cavado transitava
E no curvado sob a proteção divina me segurava
Assustava-me a profundeza do vale da noite
Ali nem sob o mais forte açoite eu entraria
Orei, rezei O Pai Nosso e uma Ave-Maria
A Deus pedi coragem e imaginei novo dia.
Distante, muito distante dali uma luz se acendeu
O pirilampo que era cego, qual um prego
No tapume se fixou, chuva de prata meu corpo
Banhou e do vale da noite Deus me salvou.