Amor polido

Não é avareza de sentimentos

mas é que minhas mãos entreabertas

fez-me escorrer todo afeto, então afugento

nas mãos fechadas o que me resta.

E é um pouco culpa do ciúme,

característica infeliz e funesta,

acabou-me com a paz, trouxe inépcia,

deu-me meia dúzias de rugas na testa.

Ele ia levando dentre as mãos

os meus sentimentos honoráveis

ainda tentei que ele não me furtasse

mas só me deixava os deploráveis.

E acho tão mais sensato e bonito

amar-te sem loucuras,

não ter grandes amarguras,

ser-me tudo calculado e polido...

Então pondero o meu afeto,

assim como tudo o que sinto,

e poupo a nós dois da escassez

dando-nos algo sucinto.

*Texto fictício.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 05/07/2008
Código do texto: T1066200