Amor polido
Não é avareza de sentimentos
mas é que minhas mãos entreabertas
fez-me escorrer todo afeto, então afugento
nas mãos fechadas o que me resta.
E é um pouco culpa do ciúme,
característica infeliz e funesta,
acabou-me com a paz, trouxe inépcia,
deu-me meia dúzias de rugas na testa.
Ele ia levando dentre as mãos
os meus sentimentos honoráveis
ainda tentei que ele não me furtasse
mas só me deixava os deploráveis.
E acho tão mais sensato e bonito
amar-te sem loucuras,
não ter grandes amarguras,
ser-me tudo calculado e polido...
Então pondero o meu afeto,
assim como tudo o que sinto,
e poupo a nós dois da escassez
dando-nos algo sucinto.
*Texto fictício.