E por falar em amor

E por falar em amor...

Falar de amor em todas as suas nuanças é muito complexo,

mas falar do meu amor - do meu amor por você - é simples,

porque ele não é demagogo,

porque não o sinto para agradar o mundo,

mas para agradar a mim mesma...

Por isso meu amor é egoísta.

Aliás, eu diria que meu amor é puro,

mas impregnado de todas as impurezas essenciais,

que o fazem mais perfeito que imperfeito,

sem ter que conjugá-lo no pretérito.

Ele se basta no presente e no futuro,

no hoje e no amanhã, no agora e sempre,

no durante e no depois...

Meu amor é impregnado de mim

e de todos os meus pecados e virtudes,

é impregnado do meu egoísmo,

é impregnado do meu ciúme,

é impregnado do meu calor quente,

é impregnado do meu cheiro natural e perfumado,

é impregnado do meu desejo,

é impregnado da minha sensualidade,

é impregnado da minha sensibilidade que assusta,

é impregnado de controvérsias...

Porque eu desconfio e confio,

porque eu choro e rio,

porque eu canto e emudeço,

porque ora sou feliz... ora sou infeliz,

porque eu acaricio e agrido,

porque ora sou insegura...

ora tenho a segurança de uma âncora.

Mas é um amor verdadeiro e sincero,

porque é impregnado da minha verdade,

é impregnado da minha transparência,

é impregnado da minha fortaleza,

é impregnado da minha fé,

porque desde criança sempre acreditei

que sou o que penso,

e, consequentemente, tenho o que quero.

Por isso tenho certeza que um dia você vai acreditar

no amor que quero dar

e você insiste em não querer receber,

tentando transmutá-lo em amizade,

fingindo ignorar que meu amor é também amigo,

Não olhe meu amor com olhos de olhar a esmo,

Veja-o com olhos de ver profundo e com perspicácia,

então você sentirá o quanto ele é majestoso.

Não o quero para sentir cada parte úmida do meu corpo

como o fazem os amantes embriagados pela paixão efêmera,

mas para sentir toda a pureza e impureza desse amor único

que desvirgina...

impregna...

satisfaz...

preenche...

contamina...

amedronta...

amadurece...

Um amor que ama verdadeiramente,

que é feminino e masculino,

que é sábio e consciente,

que incomoda pela sua excentricidade,

que é gostoso de deglutir e saborear,

porque tem gosto de quero mais e mais...

e por isso é quase eterno.

Nilza Lopes da Silva (Nilova)

Nilova
Enviado por Nilova em 31/01/2006
Código do texto: T106599