A QUEM ME DEU A VIDA
Eu sempre quis
Te prestar uma homenagem
Através de uma mensagem
Em poesia ou em canção,
Não conseguia.
Muitas vezes começava
Porém nunca terminava,
Me faltava a inspiração.
Porém agora
Que eu tenho a poesia,
Acabou minha alegria
Pois a Senhora partiu.
Levou consigo
A razão da minha vida
Me deixando sem guarida,
Só me restando o vazio.
Mamãe querida,
Era a minha consciência
Que fazia exigência,
Exigindo perfeição.
Achar palavras
À pessoa tão querida
A quem devemos a vida,
Não é muito fácil não.
Busquei na lágrima
Gotejante da ansiedade
Desta dor, desta saudade
Que eu sinto da Senhora,
A inspiração
Que eu tanto procurava
Que eu tanto precisava,
E só encontrei agora.
Foi no meu pranto
Que eu achei todas palavras
Que antes não encontrava
Para te homenagear;
Receba agora
Lá no céu, mamãe querida,
O que em toda minha vida
Não consegui te ofertar!
Santa Luzia, 30.09.82