Quimera

Quimera

Planara minha alma, e a noite era estrelada,

Sentara-se a cornija de um prédio altaneiro

E vendo a curva horizontal do orbe inteiro,

Chegou-se ali a mim, tua lembrança minha amada.

Poucos cirros havia então, e qual gentil manada,

Tangidos pela brisa seguiam sempre em frente,

No horizonte distante, raios ao ocidente

Sem ouvir-se no entanto os sons da trovoada.

As estrelas cintilando em confissões cifradas,

Em códigos naturais nunca antes desvendados,

E os ventos circulantes criando nos telhados

Sons guturais que nos lembram as almas penadas.

Se tu sonhas como eu, onde estarão guardadas

As chaves do secreto claustro onde te encerras?

Por que não foges e vens comigo sobre a terra

Flutuar entre as nuvens em noites estreladas?

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 04/07/2008
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