O corredor de espelhos
I- A ESTÉTICA
Na porta de onde o conhecimento acontece
Olho-o ao longe e, na verdade, não me atrai.
... Somente me cativa
A estética...
... da garota...
Da filosofia
Que se vai embora
Pelo corredor afora
II – A TEXTURA
Toco o ar com meus dedos...
(Infalíveis – infaláveis)
Que observam os olhos
De uma dama
Que se vai...
flutuando...
Em parcos passos poucos
Sonoros
Pelos patamares
Da filosofia
Com suas pálpebras
Cobrindo os seus dois
Brilhantes e preciosos
Olhos
Que teimam precisos
Em irromper em luzes
De quantos textos!?
De mil texturas!
E, silenciosos,
Observam o chão... Gritante.
III – A IMAGEM
São parcos teus passos de espelho
Nos vidros do corredor.
Neles afagas tuas madeixas
No breve instante em que os cruza.
E, como se admira
Com olhar sedutor
Sob si mesma...
Caso os espelhos não fossem sólidos
Dançavas consigo mesma!
Que teu texto teste as tuas tentações!
Que teus reflexos reflitam a tua vaidade!
Que tua imagem diga muda as verdades!
Que tuas palavras sejam neutras de ações!