TAJ MAHAL
Os ventos dos teus cabelos
Curvaram-se em arvoredos tristes
Na ululação pálida das horas
De um holocausto anoitecer.
Todos os elementos da natureza
Emudeceram suas orquestras.
Eu te vi passar alindando as veredas
Não tinha versos do Neruda na mão...
Vi-te passar
Despertando as magnólias
Inundando de êxtase o bairro trivial
Quando o amor cintilava nos olhos aquilinos.
Vi! Desejando oscular tua rósea boca
Pele rara como TAJ MAHAL.
És como a cor de fogo que as nuvens transmutam
No instante sacro do romper da aurora!
Vi... Embora extasiado
Por fascinação sublimar
Na limitação humana
Calei minhas nítidas erupções.
Mas roguei a Deus
Numa célere contínua súplica:
Una-me a esta estranha chuva
A esta chuva estranha fina que cai.
Que com a força do meu lirismo
Hei de inundar toda cidade
Com borbulhantes águas
Por toda cidade, todo o meu sentimento.