TAJ MAHAL

Os ventos dos teus cabelos

Curvaram-se em arvoredos tristes

Na ululação pálida das horas

De um holocausto anoitecer.

Todos os elementos da natureza

Emudeceram suas orquestras.

Eu te vi passar alindando as veredas

Não tinha versos do Neruda na mão...

Vi-te passar

Despertando as magnólias

Inundando de êxtase o bairro trivial

Quando o amor cintilava nos olhos aquilinos.

Vi! Desejando oscular tua rósea boca

Pele rara como TAJ MAHAL.

És como a cor de fogo que as nuvens transmutam

No instante sacro do romper da aurora!

Vi... Embora extasiado

Por fascinação sublimar

Na limitação humana

Calei minhas nítidas erupções.

Mas roguei a Deus

Numa célere contínua súplica:

Una-me a esta estranha chuva

A esta chuva estranha fina que cai.

Que com a força do meu lirismo

Hei de inundar toda cidade

Com borbulhantes águas

Por toda cidade, todo o meu sentimento.

CARLOS HENRIQUE MATTOS
Enviado por CARLOS HENRIQUE MATTOS em 04/07/2008
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