EU VI...(memórias de um amante imortal de alma impenetrável e de coração permeável Parte I)

Impérios transformados

Em múltiplos vulcões

Que os deixaram

Em cinzas

Das suas incontidas emoções

Eu vi…

Páginas em branco

Serem escritas

E delas saírem para o mundo

A mais sublime poesia

Que com o tempo

Passou a ser língua morta

Mortos os poetas e as poetizas

E tudo aquilo

Em que a sua alma acredita

Eu vi…

O começo das lágrimas

A nascente

De todos os rios da tristeza

Que levam à sua frente

Tudo de bom

Toda a beleza

Eu vi…

O primeiro comboio

Que partiu para a guerra

Eu vi um soldado acenar

Para o seu amor

Que ficou em terra

Com a esperança de o voltar a ver

Ignorando que Deus Marte

Já o tinha marcado para morrer

Eu vi…

Os meus sonhos por Ti

Assumirem o estatuto de realeza

Que me levou da Terra

Ao mais divino céu

Eu vi e sobrevivi

À realidade

Do teu sonho

Nunca poder ser o meu…

Eu vi…

Saíres para a rua

Sem o poder

Evitar

Eu vi a minha dor

Tão grande

Que não me deixou respirar

E só através

Da poesia

(palavras ao vento…)

A poder exorcizar

E assim

O meu rumo eterno

Pelas estrelas do sentir

Eu poder continuar

Eu vi…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 03/07/2008
Código do texto: T1063589
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