EU VI...(memórias de um amante imortal de alma impenetrável e de coração permeável Parte I)
Impérios transformados
Em múltiplos vulcões
Que os deixaram
Em cinzas
Das suas incontidas emoções
Eu vi…
Páginas em branco
Serem escritas
E delas saírem para o mundo
A mais sublime poesia
Que com o tempo
Passou a ser língua morta
Mortos os poetas e as poetizas
E tudo aquilo
Em que a sua alma acredita
Eu vi…
O começo das lágrimas
A nascente
De todos os rios da tristeza
Que levam à sua frente
Tudo de bom
Toda a beleza
Eu vi…
O primeiro comboio
Que partiu para a guerra
Eu vi um soldado acenar
Para o seu amor
Que ficou em terra
Com a esperança de o voltar a ver
Ignorando que Deus Marte
Já o tinha marcado para morrer
Eu vi…
Os meus sonhos por Ti
Assumirem o estatuto de realeza
Que me levou da Terra
Ao mais divino céu
Eu vi e sobrevivi
À realidade
Do teu sonho
Nunca poder ser o meu…
Eu vi…
Saíres para a rua
Sem o poder
Evitar
Eu vi a minha dor
Tão grande
Que não me deixou respirar
E só através
Da poesia
(palavras ao vento…)
A poder exorcizar
E assim
O meu rumo eterno
Pelas estrelas do sentir
Eu poder continuar
Eu vi…