Solidão minha poesia
Quisera compor só alegrias
Versar um amor bem vivido
Revelar paixões sem segredos
Mas não sei se por medo ou castigo
quando tento compor bonito
ai de mim... Não consigo!
Quisera florir meus versos
Outonais e doá-los cores
Conjugá-lo mais que perfeito...
Mas se busco fundo no peito
A inspiração qual primavera
Perco o rumo, a rima e o jeito
Ah, não sou assim...
Quem dera!
Quisera traduzir os beijos
Com sabor de um doce mel
levitar, tocar o céu
inibindo a lua nova...
Ter na pauta a bela trova
Na alma o sonho divino
Então, rezo e logo começo
Meu sonho é breve, logo vai embora.
Semeio a ilusão que não vigora!
Mas se a dor me toca fundo
Vou-me embora num segundo
Tomada de nostalgia.
A mão faminta, inquieta
Esculpe os versos que arquiteta
Minha alma de poeta
Que feita de solidão...
Qual a minha poesia!
Marisa Rosa Cabral