Não me Guarde Mágoa
Não me guarde mágoa...
Pois não tive culpa
da inglória sina,
que te trouxe assim:
Ao morrer da tarde
quando o sol pendia...
Feito uma estrela rubra,
já uma estrela fria,
que se despedia
lá no fim do mar...
Não me guarde mágoa.
Cavaleiro errante.
Uma luz tardia...
que se fez magia,
em meu caminhar.
Teu olhar implora!
Mas já não é hora,
nada vai mudar.
Não me guarde mágoa...
Gentil paladino.
Que foi tão valente!
Contra o vil destino
e que em vão lutou.
Teceu a esperança...
De viver um sonho,
que nasceu risonho,
em manhãs de outono,
só que não vingou...
Não me guarde mágoa...
Meu furtivo anjo!
Pois que me encontraste
num desvão de tempo,
onde eu mais não era,
tão dona de mim...
Laços me tolhiam
feito fortes garras!
Minhas frágeis asas
já não mais continham,
ímpeto pra voar!...
Não me guarde mágoa...
Por favor, imploro!
Pois, eu só queria
tornar meus, teus passos...
Abrir te meus braços...
E num longo beijo...
Dar-te o meu desejo,
na viagem mágica:
Te acompanhar!...