Não me Guarde Mágoa

Não me guarde mágoa...

Pois não tive culpa

da inglória sina,

que te trouxe assim:

Ao morrer da tarde

quando o sol pendia...

Feito uma estrela rubra,

já uma estrela fria,

que se despedia

lá no fim do mar...

Não me guarde mágoa.

Cavaleiro errante.

Uma luz tardia...

que se fez magia,

em meu caminhar.

Teu olhar implora!

Mas já não é hora,

nada vai mudar.

Não me guarde mágoa...

Gentil paladino.

Que foi tão valente!

Contra o vil destino

e que em vão lutou.

Teceu a esperança...

De viver um sonho,

que nasceu risonho,

em manhãs de outono,

só que não vingou...

Não me guarde mágoa...

Meu furtivo anjo!

Pois que me encontraste

num desvão de tempo,

onde eu mais não era,

tão dona de mim...

Laços me tolhiam

feito fortes garras!

Minhas frágeis asas

já não mais continham,

ímpeto pra voar!...

Não me guarde mágoa...

Por favor, imploro!

Pois, eu só queria

tornar meus, teus passos...

Abrir te meus braços...

E num longo beijo...

Dar-te o meu desejo,

na viagem mágica:

Te acompanhar!...

Sandra Sarmento
Enviado por Sandra Sarmento em 03/07/2008
Reeditado em 29/12/2010
Código do texto: T1062787
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.