Á procura do amor pleno...


Sai pela vida e pelo tempo

á procura do amor pleno...

Curvei-me sobre corpos,

noutros penetrei inteiro...

Colhi sorrisos e prantos,

gozos duradouros...

Gozos efemêros!

Desvencilhei-me de laços,

fugi de braços de abraços carcereiros...

No tempo das fugas,

fui colhendo na face tantas rugas,

quanto as rusgas dentro do peito!

E a procura do pleno amor foi se esvanecendo...


Esvanecendo...


Esvanecendo...


Esvanecendo!


Quanto mais fui me conhecendo,

reconhecendo-me por inteiro,

fui deixando a busca do amor pleno nos outros...

Só encontrei o amor por inteiro,

quando olhando dentro de meu próprio peito,

encontrei-o ali aninhado...

Era um pássaro querendo voar sobre o mundo inteiro...


Era um pássaro...


Era um pássaro...


Era um pássaro!


Era a poesia que trazia dentro do peito!


Um espelho...


Um espelho...


Um espelho!


Onde refletiam-se as vidas dos outros,

seus amores e seus desejos!

Onde refletiam-se os meus mais profundos anseios!


Um espelho...


Um espelho...


Um espelho!


- O amor só assim fez-se em mim...

Quando encontrei-me com o que me constitui e me forma,

encontrei-me com a fôrma e a fórmula do amor verdadeiro...

Amar os outros sem preconceitos,

reconhecê-los bem dentro de nosso ãmago...

Sem obrigá-los a nada nem prendê-los!

Retê-los n'alma por todo o tempo,

guardá-los dentro do peito por todo o tempo,

que o desejos deles nos queira a seu lado!

Todas os seres são como pássaros!

Ninguêm tem o poder de prendê-los!



Edvaldo Rosa

www.sacpaixao.net

01/07/2008

Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 01/07/2008
Código do texto: T1060687
Classificação de conteúdo: seguro