Quando...
Quando tu estavas comigo, eras sorridente...
Tu cantavas... Tu gostavas de cantar!...
Uma alegria te invadia, diferente,
Desta que agora tu vens a aparentar...
Tua voz era cheia de entusiasmo!
E eu te via, gigante e pequenino...
Agora eu te vejo num marasmo
Tão distante, do que fora o “meu menino”...
Eu te acalentei com meu carinho
Preenchi teus vazios, de mansinho...
Completei tua vida e te auxiliei.
Tu eras a Alegria, eras a Paz...
Hoje vejo que tua face traz
Apenas sombras do “menino” que eu amei...
Quando tua mão eu segurava
Eu sentia que tudo era doce...
Eras aquele “um” que eu amava
Seja lá... em que situação fosse...
Vivíamos qual casal de passarinhos
Enfeitando o redor com nosso amor,
Nosso sorriso construía muitos ninhos
De paz e de perfume e de calor...
Os caminhos da vida são cruéis
E desatam todos os anéis
Que se doa, na direção do Amor...
Hoje o teu sorriso é tão triste...
(Talvez porque em meus olhos viste,
Toda a amargura que me trouxe esta dor...)
Sofremos, talvez ambos, um martírio,
Que o mundo não nos pode compreender...
Imolamo-nos qual puro e belo círio
Ante as brumas da vida, por querer...
Iluminamos, talvez, sofridas almas,
Demonstrando que o amor é doação!...
É muito mais do que dar e receber:
É Amar, fazer do amor uma oblação...
Ainda se encontram almas generosas
Que por verem uma Luz bem mais distante
Renunciam à comunhão do amor!
Talvez por isto, por serem caridosas,
Tenham força de enfrentar a cada instante
A renúncia espontânea e sua dor!...