Há doces cantos...
Há doces cantos nesta noite morna...
Há tristes cantos nesta noite morta...
Estou perdida em meio à solidão...
Procuro um rosto que não está ao meu alcance...
Estendo as mãos, e embora longe as lance,
Não seguro... coisa alguma em minha mão...
Há fantasmas de doces primaveras...
Hoje, decepção são as quimeras
Que um dia acalentei com emoção...
Onde estão os pássaros que cantam?
Para onde, as palavras que encantam?
Hoje... Só há dor... e solidão!...
Um dia fomos “um”... Dias felizes,
De luzes mil em todos os matizes!
– Quem somos hoje?... “Dois!...” Apenas “dois...”
Dois tristes... E hoje é o “depois...”
Viveremos, talvez, só de lembranças
Até que estas sumam nas andanças
Da vida, que em nós fará mudanças...
Se “dez vidas eu tivesse, eu as daria”
Para que alegre fosse sempre o teu dia
E eu não te visse mais em nostalgia!...