DIZ
Diz ao céu dessa madrugada que eu sou filho das coplas;
E canto teus encantos nas estrofes constelares;
Plantado à beira de teus mares, sou amor desde a raiz até as copas;
Sou teus pulmões repletos de mim, sou teus ares!
Diz aos nossos impossíveis que eu sou a contestação;
O ninho que recebe teu cansaço, que te aquece no desvelo;
A gradação de meus tantos quereres a procurar teu coração;
A pulsão que por ti protesta, o olhar que te verte com zelo!
Diz pra todos os verbos que tu és meu presente-mais-que-perfeito;
Que no silêncio eu te venero e no soluço eu te conjugo;
Que te faço irmã de minh'alma e no teu corpo celebro meu leito;
Que me condenes a perpétuos beijos, já que em teus lábios me julgo!
Diz ao teu coração que teu sorriso já tem morada certa;
Que meu imenso amor há de desasnar o universo das descrenças;
Que nas primícias das manhãs minha paixão é quem te desperta;
E na simetria de nossos anseios assemelham-se nossas diferenças!!
E se faltar o que dizer, do mesmo modo diz;
Porque falamos sempre tudo em plenas ondas de paixão;
Gritos de emoção, silêncios descritos a giz;
Gravados em tua cerviz, refletidos em meu coração!