DIZ

Diz ao céu dessa madrugada que eu sou filho das coplas;

E canto teus encantos nas estrofes constelares;

Plantado à beira de teus mares, sou amor desde a raiz até as copas;

Sou teus pulmões repletos de mim, sou teus ares!

Diz aos nossos impossíveis que eu sou a contestação;

O ninho que recebe teu cansaço, que te aquece no desvelo;

A gradação de meus tantos quereres a procurar teu coração;

A pulsão que por ti protesta, o olhar que te verte com zelo!

Diz pra todos os verbos que tu és meu presente-mais-que-perfeito;

Que no silêncio eu te venero e no soluço eu te conjugo;

Que te faço irmã de minh'alma e no teu corpo celebro meu leito;

Que me condenes a perpétuos beijos, já que em teus lábios me julgo!

Diz ao teu coração que teu sorriso já tem morada certa;

Que meu imenso amor há de desasnar o universo das descrenças;

Que nas primícias das manhãs minha paixão é quem te desperta;

E na simetria de nossos anseios assemelham-se nossas diferenças!!

E se faltar o que dizer, do mesmo modo diz;

Porque falamos sempre tudo em plenas ondas de paixão;

Gritos de emoção, silêncios descritos a giz;

Gravados em tua cerviz, refletidos em meu coração!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/06/2008
Reeditado em 04/10/2009
Código do texto: T1058553
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