Lágrima sideral
Eu ordeno:
parem os astros de girar!
Seja congelado o orbe em lágrimas
de amante derrotado.
Só silêncio e os soluços de quem ama desamado.
Eu insisto:
parem os astros de girar!
Os ciclos detenham-se, as estações,
primaveras desbotadas...
Acolha o Universo o amante sucumbente.
Eu suplico:
comovam-se os brilhos e ofuscações,
as violências siderais!
Qual flecha ardente
Uma estrela cadente
Alveje ... Clemente,
o amante abandonado.