O AMOR (É como)
É como um livro
Que anda a ser sempre escrito
Pois há sempre algo de belo
A acrescentar
Há sempre algo
No qual
Eu continuo a acreditar
Palavras perenes
Palavras imortais
Palavras levadas pelo vento
Ou escritas na pedra mais dura
Para não nos esquecermos delas,
Jamais
O amor
É como
Uma chuva de verão
Que molha os desprevenidos
Mais prevenidos
E acrescenta às suas vidas
Indescritível emoção
A toldar
Os dias que passam
Sem passar
Os dias em que não nos vemos
E que custam tanto aguentar
O amor
É como
Aqueles sonhos loucos
Dos quais
Queremos
E não queremos
Nos libertar
É prisão
Não o sendo
É um vinho
No qual desejamos eternamente nos embriagar
De sentidos
De sensações
De tentativas
Alcançadas ou não
Na volúpia
Embaídas
De incontáveis seduções
O amor
É como
Aquelas músicas
Que não nos saem do ouvido
Não sabemos de cor a sua letra
Mas de cor
Adivinhamos o seu sentido
Que dá razão
E força
À nossa existência
Que é motivo
De sobra
Para a nossa resistência
De nunca
Em tempo algum
Pararmos de lutar
Enquanto o Amor
Estiver no ar