O AMOR (É como)

É como um livro

Que anda a ser sempre escrito

Pois há sempre algo de belo

A acrescentar

Há sempre algo

No qual

Eu continuo a acreditar

Palavras perenes

Palavras imortais

Palavras levadas pelo vento

Ou escritas na pedra mais dura

Para não nos esquecermos delas,

Jamais

O amor

É como

Uma chuva de verão

Que molha os desprevenidos

Mais prevenidos

E acrescenta às suas vidas

Indescritível emoção

A toldar

Os dias que passam

Sem passar

Os dias em que não nos vemos

E que custam tanto aguentar

O amor

É como

Aqueles sonhos loucos

Dos quais

Queremos

E não queremos

Nos libertar

É prisão

Não o sendo

É um vinho

No qual desejamos eternamente nos embriagar

De sentidos

De sensações

De tentativas

Alcançadas ou não

Na volúpia

Embaídas

De incontáveis seduções

O amor

É como

Aquelas músicas

Que não nos saem do ouvido

Não sabemos de cor a sua letra

Mas de cor

Adivinhamos o seu sentido

Que dá razão

E força

À nossa existência

Que é motivo

De sobra

Para a nossa resistência

De nunca

Em tempo algum

Pararmos de lutar

Enquanto o Amor

Estiver no ar

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/06/2008
Código do texto: T1057840
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