O cego
Se a luz não posso ver, com o pensamento
Longe enxergo, com o braile desvendo tudo,
A Terra e o Mar, vejo no infinito o invisível
E sei como sábio conjugar o verbo amar .
Ao caminhar preciso de ajuda, mas posso
Com tenacidade e aptidão trabalhos executar
Muito estudei, aliás, até onde puderam me ensinar
Entretanto, sou carente da tua nobre visão
Rico de alma e coração, preciso de ti um instante
Não tenhas piedade, guias-me pelas ruas
Dessa bela cidade com tuas próprias mãos
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