A MUSA DESNUDA

Em teu leito de amor repousas,

ó linda mulher e que ousas,

ser, tal qual a “Maja Desnuda “

por Goya personificada,

em óleo, imortalizada,

cujo viço e beleza jamais muda.

A cada instante tu ensinas

com teu belo corpo escultural

como tornar-te aquela angelical

e insinuante mulher-menina...

Deitada ai, tão imponente,

mesmo sem querer consentes

que declamem sobre ti

as mais sensuais poesias

escritas e reescritas,

pela libertina pena da fantasia.

És do amor a personificação.

És o sangue e a alma

do próprio poema,

pois percebe-se em cada fonema,

do poeta a singular inspiração.

Envolto em tua lúbrica pessoa,

ouve-se bem, que ainda ressoa

o som da derradeira badalada.

Cuja pretensão, penso eu,

com a sutileza da ornada

ressonância, seja resgatar-te

dos braços de Morfeu,

para então, coroar-te

como já se adivinha,

de todas as musas, a rainha.

Marco Orsi