O PRISIONEIRO

Julgando ser truque, oriundo de um ilusionista coração;

Duvidando que uma chuva possa vir daquela nuvem escura;

Crendo que há de brotar a nitidez na mais densa cerração;

Sigo me obrigando a acreditar que tua doença não me cura!

Iludido pela falácia interior de que meu caminhar nunca retorna;

Tentando imaginar que a porta de entrada é a mesma de saída;

Argumentando com a lógica de que o concreto não tem forma;

Insisto em dar adeus a essa completa impossibilidade de despedida!

Cego em meus sentidos e vencido em minhas capacidades;

Derrotado nesses ringues em que me lançam as sensações;

Colorindo de platônicas ilusões pelas visíveis realidades;

Permaneço com esse complexo de céu, num coração sob prisões!

Assim me segue o vento, enquanto o tento despistar;

Insiste esse meu dia amanhecendo em a cada noite pretendida;

Prisioneiro teu, algemado por teu corpo a me dominar;

Amando o que não posso amar, sem controle e sem medida!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 28/06/2008
Reeditado em 03/10/2009
Código do texto: T1055441
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