Inalar a emoção...
A paixão decifrou
O cheiro que tocou
Veio fundo e calou
Acontecendo o amor
Como vento que assoprou
Ora lento... Ora violento
Na doçura do momento
Viu-se o brilho das estrelas
Que cintilaram em chuva de cores
Pelo olhar apaixonado
Do amante extasiado
Soltando o que estava entalado
Na orgia solta e delicada
Com as armas guardadas
Só o amor em disparada
Sacia a fome da charada
Lapidada a jóia das entranhas
Vencidas todas as sanhas
Pulsadas pelas manhas
Das lágrimas... Das madrugadas
Máscaras jogadas fora
Na face do poeta que devora
Sua verdade pelo mundo aflora
Sua riqueza é a emoção!
Que explode como vulcão
Quando abre seu coração
Fica denso... Tênue... Leve
Nas esfregas e entregas
Dos seus prazeres que os leva
Porta dentro... Janelas afora...
Que permito... Despir os mitos
Colocando nu o voluptuoso cheiro
Preso... Afogado... Incontido
Dentro de um peito sofrido
Aos desejos dos apaixonados
São os cheiros do mundo
Do gozo mais profundo...
Escondido pelos labirintos
Lábios encontram a trilha
Com sutil inteligência e malícia
Rompe preconceitos e milícias
Exalando as melhores delícias
Viva o cheiro! Viva a paixão
Hildebrando Menezes
Obs: Inspirado no poema ‘Cheiros da Paixão’ da Enise