Encontramo-nos. Olhai, pois.
Olhai ao teu redor, gravai o mundo ao teu redor!
Porque carregarás contigo aonde fores,
Um dia lembrarás das nossas tardes sentados
Em troncos apodrecidos, a indagarmo-nos sobre a estrela d’alva
A lua e todos os entes do cosmo
Diminuindo-nos cada vez mais a uma unidade insignificante.
Mas é tão bom, deitar sob o véu que se despede...
Imaginar que somos mesmo pequenos
Mas ainda sim, tão grandes por dentro, como outro véu negro que chega,
Que nos abarca e nos faz indagar...
Como a estrela d’alva brilha, perco-me nos teus olhos.
Como a lua e seu frio hialino misterioso,
Arrebol lanças em mim, que durmo no teu peito.
E uma tranqüilidade me atinge, faz-me desmaiar.
E sonho com nossas almas a flutuar como plumas
À mercê doida do alíseo das montanhas.
Perguntaram-me um dia o que era música.
- Adorável a tua voz falando em normais banalidades!
E poesia?
Tuas mãos em movimento... Como dançam...
Dançam para mim? Valsam em brincadeiras.
Psiu: Olhai.
Estamos correndo, subindo vagarosamente ao infinito
Nossos pés ao chão como assímptota...
De longe enxergo nossos corpos lá deitados
Embebidos de primeiros raios de lua,
Olhos cerrados sonhando, e rimo-nos, de nós mesmos,
E de nossa estranha condição pequena...
Tão pequena que dá aconchego ao meu coração.