Sabia Eu, estar, completamente só
Vagar nas madrugas sem destino
Virar fera indomada, ou ser menino
Ou mesmo jaz, inerte, como o Pó
Sentir na alma o nada, e a condenação
E esperar mil lágrimas, a umedecer
A Clepsidra de Karnak, a envelhecer
A minha face enuviada, em retidão
Prostrar-me ao resto, ao manifesto
Da Clava, do punhal, do anoitecer
Clamando aos céus o amanhecer
Antes de sufocar-me e virar resto
SomenteTu, Luar, me trás alento
Varando as madrugadas, em desatino
Fazendo-me um eterno peregrino
Vivendo vida eterna...Num só momento