Choramos quando a Vida
Nos desconserta.
Porque as coisas
Atacaram doloridamente
Nossos sonhos,
Fantasias,
Devaneios.

Chorarmos ao cair
Com baque surdo
Abrupto
No chão,
Com quebra de ossos,
Ofensa a músculos
E nervos.

Choramos porque
A mesma Vida
Nos segura
Pelas mãos
Pra levantarmos.

E a Boa Esperança
De recomeçarmos
Com o Bom Sucesso
Nos empurra
Batendo em nossas asas de anjo
Abertas como velas
Com o vento que sopra do Paraíso.
Para uma Boa Revanche
A nós que intencionávemos nos deter
Com o olhar fixo nas ruínas do Passado
Que numa avalanche,
Se derrubam aos nossos pés.

Qual o quadro
O Anjo da Históira,
De Paul Klee,
Recordado por Walter Benjamin.

E choramos também de alegria
Quando nos percebemos
Alvo de Amor gratuito,
De Felicidade grátis,
Absolutamente imerecida.



-Dirs. res. ao autor (Julio Cezar)©Gabriel da Fonseca(Soares)
Kurita Kanibal em PR; 120607ter;Dia dos Namorados, Manhã.; digit. 220607; 851B.