A VÊNUS

Jóia do céu no colóquio astronômico, diva reluzente das manhãs e do entardecer;

Versão romana da mais avassaladora dentre todas as divindades atenienses;

Afrodites duplicadas nas infinitas luzes emitidas por meu olhar ao te ver;

Rara fonte de águas sedutoras doada em alabastros aos meus íntimos pertences!

Escultura imaginária, versos em movimento e de perfeita sinfonia;

Incontáveis formas das Mãos do Criador para a mente do artista;

Nascida nas espumas do mar, nuance celestial que exala sinfonia;

É a lua de meu dia, que nem no amor de Júpiter e Dionéia se avista!

Vieste das pinturas antigas e deste teu nome aos cupidos medievais;

Abrilhantaste as narrativas apaixonantes dos poetas mitológicos;

Nos requintados quadros, dançam ninfas e sátiros, homenageando-te um tanto mais;

E nos teatros, teu nome é dos mais notáveis e históricos!

Não obstante, vejo-me a manipular teus atributos;

Como se fora um recanto de relva sorteado a banhar-se do melhor orvalho;

Nosso leito é altar, onde meus hormônios em festa te prestam culto;

Tu és análoga aos meus fascínios, graça inefável de que honrado me valho!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 25/06/2008
Reeditado em 25/09/2009
Código do texto: T1050613
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