ALELUIA
Fui católico praticante até à adolescência, mas depois tornei-me Agnóstico, até que em Agosto de 2007, num processo que começou em Taizé e que culminou numa noite mágica ao lado das ruínas da aldeia de Oradour-sur-Glâne, barbaramente destruída pelos nazis em Julho de 1944, voltei à crença, uma crença Livre e sem amarras, no mesmo Deus, na mesma Igreja, mas sem os cismas e uma certa ortodoxia que ainda a domina,
Este poema é dedicado à minha crença e também ao Amor por uma mulher concreta ou difusa, consoante os caminhos que siga na minha vida.
ALELUIA
A minha fé
Era poderosa
Mas precisava
De provas
Que tive numa noite ao luar
Quando vi o teu cabelo
Na contra luz das estrelas
A esvoaçar
Aleluia
Vinhas duma terra distante
Da mesma terra
Do meu Deus
Ele morava algures
Disseste-me onde
Mas esqueci-me
Pois perdi-me
Nos braços teus
Aleluia
Levaste-me então
Pela noite fora
Numa viagem
Sem tempo
Nem hora
De voltar
Desdobrámos o tempo
Em afectos infinitos
Num eterno abraçar
Onde os corpos se transformaram
Na essência das estrelas
Onde tudo começou de novo
Onde tudo tinha de começar
E mostraste-me o fim do Universo
Onde Deus deve morar
Contigo aprendi
A importância do Infinito
Que talvez Deus seja bem real
E não apenas um mito
Acordei
Séculos depois
Sem te ter a meu lado
Com o suave odor nos lábios
De estar apaixonado
E crente
Sobretudo crente
No maravilhoso da vida
Que já não poderia mais
Por mim esperar
E eu fui ao encontro Dele
Com a minha nova crença
O meu novo acreditar
Enquanto Tu
Estarias sempre
Pelos caminhos da vida
Onde ocasionalmente
Te posso encontrar
E
Como se fosse a primeira vez
Tudo recomeçar
Aleluia!