O CORAÇÃO NUMA REDOMA

Por trás dessas vidraças, esconde-se um coração.
Disfarçando-se, protegendo-se... quieto.
Sem levantar suspeitas e quase sem ser notado,
fica ali, à espreita, olhando tudo embaçado.

As lágrimas, sangue da alma, escorrem pela face,
sem que ninguém consiga perceber.
As decepções personificam o pranto aberto,
rolando como pingos de uma chuva incessante,
quando não consigo esquecer...

recluso em uma redoma de vidros invisíveis,
dissimulo a solidão, derramando versos sensíveis.
Esvazio meu peito de tantas dores e mágoas,
permitindo-me inundar por essas águas
que lavam agora o âmago de meu ser.

Dói tanto não ser verdadeiramente amado...
mantenho meu coração envidraçado,
a espera de outro acontecer...



 

CAVALEIRO SOLO
Enviado por CAVALEIRO SOLO em 22/06/2008
Reeditado em 14/08/2013
Código do texto: T1046526
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