O CORAÇÃO NUMA REDOMA
Por trás dessas vidraças, esconde-se um coração.
Disfarçando-se, protegendo-se... quieto.
Sem levantar suspeitas e quase sem ser notado,
fica ali, à espreita, olhando tudo embaçado.
As lágrimas, sangue da alma, escorrem pela face,
sem que ninguém consiga perceber.
As decepções personificam o pranto aberto,
rolando como pingos de uma chuva incessante,
quando não consigo esquecer...
recluso em uma redoma de vidros invisíveis,
dissimulo a solidão, derramando versos sensíveis.
Esvazio meu peito de tantas dores e mágoas,
permitindo-me inundar por essas águas
que lavam agora o âmago de meu ser.
Dói tanto não ser verdadeiramente amado...
mantenho meu coração envidraçado,
a espera de outro acontecer...