TEMPO PERDIDO
Compadre Lemos
Há muito tempo
que não escrevo um poema.
É pena!...
Há muito tempo
que não digo o que sinto.
E minto!...
Há muito tempo
que não sou mais criança.
Me cansa!...
Há muito tempo
que o poeta nasceu.
E morreu!...
A vida,
a pedra,
a queda.
A força,
a sorte,
o corte.
E nesse tempo
tudo isso me sufoca.
E toca
pra frente
uma existência fria,
vazia.
No fundo de tudo,
contudo,
você!...
Você, me pedindo,
- com os olhos -
-- Escreva!...
Talvez eu deva
dizer sim:
dizer sim a você
e não, a mim!...
Compadre Lemos
Há muito tempo
que não escrevo um poema.
É pena!...
Há muito tempo
que não digo o que sinto.
E minto!...
Há muito tempo
que não sou mais criança.
Me cansa!...
Há muito tempo
que o poeta nasceu.
E morreu!...
A vida,
a pedra,
a queda.
A força,
a sorte,
o corte.
E nesse tempo
tudo isso me sufoca.
E toca
pra frente
uma existência fria,
vazia.
No fundo de tudo,
contudo,
você!...
Você, me pedindo,
- com os olhos -
-- Escreva!...
Talvez eu deva
dizer sim:
dizer sim a você
e não, a mim!...