AS CANÇÕES QUE NUNCA CANTAREI...

Cerrei meus lábios. Gostavas do meu canto.

Minha voz ia ao vento, era Acalanto,

Para embalar o sono teu...

Adormecias entre meus carinhos

Entre lençóis de seda e arminhos

Com o cantar meu...

Minhas mãos te embalavam qual criança...

Hoje, vazias, só tenho a lembrança

Do amor que eu te dei...

Essa história de amor é tão banal

Envolta pelo vento hibernal

Do amor que sufoquei...

Não vale a pena repetir, se já repete

O sofrimento dos puros! Não compete

A nós julgar do amor a traição...

O importante é que não mais eu cantarei

Aos teus ouvidos todo o amor que eu te dei

Amor que eu cantei... em vão!