Verdade
Sem pudor em minha frente passastes
Pelas frestas o mundo inteiro te vigiava,
Porém, não sabia onde tu habitavas,
Se na terra ou na imensidão dos mares.
Para o desencanto das mentiras
Firmemente teu habitar revelavas
Mostrando-te tão verdadeiramente
Até nos sonhos que o poeta sonhava.
Quem a ti carregava alto preço
Pagava, mas era melhor assim:
Sofria, todavia jamais se enganava.
Nas investigações dos tribunais sempre
Te evocavam, porém muitas vezes te negavam,
Mas quando vinhas, o inocente absorvia
E o réu sem piedade condenavas.