POSSÍVEL EROS
Ostentas nas madrugadas,
face oculta, nesga do ser.
Cruel espelho embaçado,
refletindo, uma possível metáfora.
Ocupas fiel pensamento,
a devorar-me o tempo precioso.
Uma vez que busco respostas,
por atração tão fatal.
Despindo-me a alma em versos,
uso da noite a lira.
E revelo ao eu encantado,
tuas possíveis facetas.
Batizo-te, Possível Eros,
da noite e da face oculta.
Proibido ou desejado,
bater de asas revoltas.
De ti conheço a ciência,
nas palavras que ceifam amor.
E do teu olhar eu não sei,
e a tua voz eu desconheço.
No silêncio me procuras,
e no silêncio te observo.
E o coração sabe da chama,
que se inflama nas afinidades.
E a minha sapiência,
entornastes em rosários.
Em sentimentos despertos,
que me impelem às tuas rotas.
E vivem-se horas santas,
em fluxos de almas letras.
E tua presença ou ausência,
são estímulos para poesias.