Nossa fuga

Fugimos para o meio do caminho, onde nada é conhecido; onde o novo nos espera; onde de olhos fechados planejamos ser apenas nós.

E no quarto escolhido; nosso ninho no escuro, nosso porto seguro, vejo-te inteira pela primeira vez. Sem véu...sem distância...

E como quem não encontra palavras, apenas caminho em tua direção. Quero olhar em teus olhos; sentir teu coração, como quem sonda se alí é o seu lugar.

Parece irreal. Mas encontramos o meio do caminho.

Agora, desejo teu carinho e toco tua face real, alva, tímida, ansiosa. E este toque, no encontro das Cascas tênues, provoca uma explosão de sensações e sentimentos que amedrontam, instigam, convidam...

Tua nudez embaralha minha razão. Não sei se ouso, se pasmo, se te tomo pela mão.

Adeus à razão. Os instintos agora dominam. E quando abro os olhos, já és minha, por completo.

Quão agradável é respirar o teu ar, em teu corpo passear, sentir teus batimentos, elevar tua pressão.

Não há o medo da morte.

Há apenas o gozo da vida.

Tudo dantes proibido, agora permitido; pois a distância nos aproximou, o desejo nos laçou, algo nos conduziu. E este momento cheio de magia, nos revela a mais doce alegria de entregar-se à paixão; de seguir o coração e ignorar as consequências.

O ontem jamais existiu.

O amanhã não é esperado.

Nos importa o hoje e este sonho realizado. Um presente para mim...um presente paraty.