Se foi, pronto!
Nem sei se brota mais em mim a planta tua
murcha de ti, lúcida da rua
como ave rara que perdeu com as asas
a cor da lívida carne crua.
Olho em teu peito a cicatriz do medo
e se não te renego, em mim não me há mais desejo
de ter-te embriagada em meus braços vadios.
Corre e diz ao tempo o tempo nosso
e se a rua não mais te quiser, volta ao meu quarto
na santa quarta lua que clarear teu rosto.
Mulher, fêmea atrevida que mudou meu mundo
se foste embora, foste embora e pronto
e no meu mundo, tonto eu fico em meu castigo vago!