Embora ter que dizer adeus
Agora é o momento exato
Em que as despedidas se concretizam
E no mais doce da palavra adeus
Os olhos se paralizam
Mãos desatadas tornam-se amarradas
Beijos molhados mostram-se tórridos
E ao penetrar no céu das bocas
Revelam-se beijos mórbidos
Calmamente é estar sem pressa
Felizmente é estar contente
Adeus é tornar-se ausente
Por mais que se sinta
É mais do que realmente se sente
Enquanto os corações dizem sim
O corpo padece na dúvida cruel
Despedir-se ou não
Tornar o doce adeus um fel
Palavras levadas ao vento
Sentimentos transformados pelo desejo
É mais que sentimento
É o gosto permanente daquele beijo
Enfim, agora sim
Despedir-se é melhor
Os olhos se calam
Os lábios se cerram
As mãos distanciam-se umas das outras
É o adeus real e cruel
É o único e definitivo adeus
É observar constantemente o céu
Encarar as estrelas
Fazer com que o brilho destas
Seja o brilho dos sorrisos seus
No mais, adeus.