REALIDADE E ESPERANÇA
Hei de remeter-me ao meu lugar:
Meu canto quieto, onde possa esconder-me
E chorar...
Não abalarei as estruturas
De um mundo que vive falsas juras
E não sabe amar!
Depois:
Irei para lugares bem distantes
Onde as manhãs serão todas radiantes
E eu as verei...
Sairei da prisão que me impuseste
E esquecerei as juras falsas que fizeste
E sobreviverei...
Encontrarei flores e pedras no caminho
Mas ainda terei o meu carinho
Para quem o merecer...
Não creio que mais que o meu amor
Outra te dê! Nem com mais calor
Te faça adormecer...
Rasgo meus versos que fiz com sofrimento
Com lágrimas de dor e de tormento
Provocadas por ti...
Quero esquecer este passado ambíguo
E esta fase que é mais do que um castigo,
O maior que eu senti...
Na minha força verei a primavera
E um novo amor fará o teu, quimera,
E eu serei feliz...
Ser-te completude eu queria
Mas desdenhaste o amor que eu sentia
Fizeste-me infeliz...
Passa o tempo: com ele vão todas as dores
E as ânsias de todos os amores
Desprezados assim...
E então, em outra esperança,
Há-me de vir toda a bonança
E não terá fim...
– Então:
Se um dia teu amor for desprezado
Não fiques triste nem desesperado
Tudo há de passar...
O tempo é remédio, ele cura,
Do amor toda a dor, toda a loucura!
– Vais outra vez amar!...
– E então...
Serás feliz!... –